domingo, 27 de março de 2011

A sogra e suas teorias.

Eu acho engraçado quando minha sogra vem com as teorias mais estapafúrdias. Coisas que ela cria no seu imaginário desprovido de ocupação e que são frutos de uma vida infeliz, amarga e frustrada. O fato é que, como a maioria das sogras que vivem como ela, a felicidade alheia incomoda. Com isso fica perceptível o quanto essa mulher sofre, amarga e se ressente de ver os filhos felizes.
Ontem ela deu o ar da graça aqui em casa. Ela avisou que vinha, mas eu, sem muita paciencia para mais delongas, levantei cedo, ajeitei tudo e me mandei pra rua dizendo ao marido que precisava resolver umas coisas urgentes. Demorei o máximo que pude estando fora, estava na casa de minha mãe, e passar mais tempo lá não foi nenhum sacrifício, muito pelo contrário.
Voltei pra casa no final da tarde, ainda passei pra comprar um presente pro chá de bebê de uma amiga. Cheguei quando a santa se preparava para sair (Oh céus, mais uns 30 minutos e eu nem teria o desprazer de cruzar com ela), meu marido no banho se arrumando para levá-la e o espetáculo começou:
- Eu não te vejo mais Lady. E no dia que venho você não está, algum problema?
- Problema nenhum.
- Pensei que tivesse...
- Se tivesse, acredite, eu não sairia da MINHA casa pra que a senhora entrasse.
- Presente de bebê?
- O chá de uma amiga.
- Pensei que era seu.
Não respondi nada. Ela continuou:
- Espero que você não tenha filhos. Crianças enchem o saco, dão trabalho e custam caro. Só uma louca para ter filhos.(Olha a teoria da Naja!)
- A senhora teve 3.
- Se soubesse como seria, não tinha tido nenhum.
- Só lamento.
- Vê se não faz como a outra (se referindo a minha cocunhada), que teve filho, agora o marido largou e a criança que sofre. (olha o tom que ela usa parecendo que a culpa do divórcio é de minha cocunhada e não do filho dela que arrumou outra na rua)
- A diferença é que eu trabalho, não preciso que homem me sustente, nem brigo por pensão. (essa foi pra ser direta mesmo)
Ela se calou, percebeu que eu estava ruim pro lado dela. Tratou de mudar de assunto:
- Você sabe que seu marido vai viajar comigo semana santa, não sabe?
- Sei.
- Vai fazer o que enquanto ele estiver fora? (Oh vontade de dizer, cuide da sua vida, ou não é de sua conta...)
- Rezar.
- Rezar?
- Sim, pra que Deus tenha misericórdia da senhora e proteja os passageiros.
- Oxente... (mto usado na Bahia como interjeição que indica surpresa)
- Pois é, a senhora sabe que minha família é católica, tira meu marido de casa, no feriado de semana santa, e incentiva ele a achar que pode dirigir sem carteira por uma BR que ele não conhece, por 8 horas seguidas até outro estado...
A conversa deixou de ter aquele tom tranquilo e ela passou a querer perder a classe se fazendo de vítima:
- Eu? Mas eu não disse nada, eu só quis fazer uma supresa pra meu outro filho, reunir a família, até nisso você vê maldade, você é muito injusta comigo...
- Surpresa a gente faz pra que gosta, não pra um casal em crise, recém divorciado sem estrutura pra recebê-los. Quer expor seu filho e sua nora, problema de vocês. Quer envolver meu marido nisso, paciência. Mas entenda que na MINHA casa a banda toca de outro jeito. Não organize essas caravanas pra vim aqui sem minha autorização, porque aí sim a senhora verá o que é injustiça.
Nessa hora o marido saiu do banheiro, me deu um beijo, disse que deixasse os pratos que ele lavava na volta (o que pra ela foi a morte). Ela me deu um tchau seco e foram embora. Hoje fiz uma faxina na casa usando sal grosso e arruda. Valha-me Deus!

sexta-feira, 11 de março de 2011

Retornando de uma longa pausa.

Não foi po falta de palhaçadas da sogra, que eu sumi. Muitas coisas aconteceram, casamento, trabalho, etc. Começar uma vida a dois é bem complicado e bem menos romântico do que nas novelas e filmes.
Bom, a novidade é que em 2011 estamos aí com toda força. Minha sobra continua a mesma, porém bem menos assídua no picadeiro porque não dou ousadia e procuro me manter afastada. Entretanto vez ou outra, ela faz das dela. Prometo que, com calma, mato a saudade de todos com as tragicomédias da minha vida.