terça-feira, 29 de dezembro de 2009

A peçonha da pessoa.

Para vocês entenderem um pouco do que é conviver com a pessoa para quem dedico este blog, vou descrevê-la um pouco.
Imagine alguém que pensa ser sempre correta em suas atitudes, em tudo que fala, pensa ou faz? Agora some isso com um boa dose de intromissão, de constantes prés-julgamentos, de falta de respeito e dificuldades severas em entender que o próprio limite termina onde começa o do outro. Essa é minha sogra.
Ela tem 60 anos, frequenta assiduamente a Igreja Adventista do Sétimo dia e qualquer crença (me refiro a outras religiões) que seja diferente da dela não serve e não salva. Foi casada uns vinte e poucos anos, após os dois primeiros foi quando se converteu, aí vem aquela coisa toda de mundança e o relacionamento começou a desandar. Não que meu sogro fosse uma pessoa 100% correta, aliás, convivendo e conhecendo bem minha sobra, às vezes consigo não só compreender certas atitudes dele como também começo a pensar que o sofrimento foi algo merecido. Isso porque a dita cuja nunca trabalhou fora. Ela nunca soube o que era acordar cedo, encarar um ônibus cheio, patrão, jogo de cintura para lidar com o salário e os pormenores empregatícios, daí o cara chega cansado em casa, a mulher está de cara feia, tudo sujo, comida dormida, e um tal de falar de Jesus que ninguém merece! Não que o poblema seja falar de Jesus, mas sim o fato de querer pregar os ensinamentos para que outros o façam sendo que ela não era capaz de seguí-lo.
O cara arrumou uma mulher na rua, depois duas, e com isso vieram outros filhos, depois o divórcio e o segundo casamento. Quando se separarm definitivamente meu companheiro tinha 15 anos, hoje ele tem 28 e pasmem, em 13 anos ela nunca superou, e fala disso 24 h por dia. Enche o saco, a mesma história, a mesma ladainha e ela como vítima do mundo.
Quem ouve aquela criatura contar, da maneira como ela conta, a história de sua vida árdua, pensa que a política dos países subdesenvolvidos e as criancinhas que passam fome e morrem doentes na África e no Sertão Nordestino são coisa pouca, porque tudo que envolve ela é sempre muito ruim, tão pior que a AIDS, que a lepra...
Sabe o mais engraçado (para não dizer trágico)?! Ao logo de toda essa tragetória, todos esses males nunca foram obra do destino ou da fatalidade, e sim de alguém. Se ela quebra um prato, a culpa é de alguém que ela estava pensando e sentiu raiva, se ela fica doente, é por causa do "mal" que já fizeram a ela, se ela não dorme de noite, é porque os filhos dão trabalho, homens, criados, casados e que batalham muito, aliás, não sei se por ironia do destino, se por terem puxado o gene trabalhador do pai, ou se o exemplo de terem convivido com ela fez com que quisessem ter um destino diferente, mas tanto meu noivo, como meus cunhados são pessoas maravilhosas, com mulheres batalhadoras.
Tudo relacionado a ela é sempre tão negativo, tão carregado de más energias que contar o dia a dia da nossa convivencia vai ser um trajeto longo, infelizmente por várias situações que já se passaram, mas na esperança de que alguma coisa possa melhorar. Bem vindos ao Nora Enlouquecida, espero que minhas histórias sirvam para divertir, entreter e confortar aqueles que, como eu, muitas vezes pensaram em abandonar o barco.

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