segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Cortando o mau.

Sogrinha está atacada. Pra variar, andou falando mal da outra nora e alguém (bem espirituoso por sinal) resolveu semear a discórdia. Ligou pra moça e contou.
Menina do interior, simples, porém muito bem educada e não dada à fofocas, minha cocunhada preferiu se calar, e por longos meses não deu sinal de vida. Oras, por que ligar para alguém que pelas costas te mete uma faca? O silêncio nesse caso era o melhor remédio.
Dona doida, percebendo a indiferença, e vestindo a camisa de vítima do mundo, tentou várias vezes, sem sucesso, contatar a "nora querida" pelo telefone. Esta, quando atendia se limitava a um "oi, vou chamar seu filho". E subindo pelas paredes, cheia de razão teve a ideia macabra de arrumar as malas e ir pro interior.
Num misto de insanidade e falta de noção, ela invadiu os limites da residência (se esqueceu que dentro da casa quem paga as contas é o filho e a esposa dele) e passada a surpresa dos moradores, que não esperavam sua chegada desavisada, foi logo tirando pergunta. A cocunhada explicou o acontecido, mas não deu nomes aos bois, preferindo dar por encerrado o assunto para evitar mais problema, afinal a dita cuja negou tudo. Ela falar de alguém? Jamais...
A cobra voltou para a cidade se achando a mais correta das criaturas, isso porque esqueceram de lhe dizer que tirar pergunta (ou no melhor dos conceitos, fazer baixaria) na casa dos outros, além de falta de educação, é também desrespeitoso, e que o fato do filho dela ser um dos donos da residência não faz com que o lugar seja extensão de seu lar.
Passado uns meses, chegamos aos festejos de final do ano. Cada qual organizou sua festa de virada como bem entendeu e foi só a bonita aqui começar a arrumar as malas para viajar com o noivo, para a Sobra dizer que queria reunir todo mundo na casa do filho mais velho (o mesmo da baixaria). O problema foi ela dizer aos dois filhos mais novos que o primeiro havia dado a ideia e convidado. Eu já imaginando a situação, casa cheia + menino chorando + sogra enchendo o saco = férias arruinadas, sugeri que meu noivo ligasse pro irmão e tentasse um acordo.
Antes mesmo que nós pensássemos em pegar o telefone, o mais velho ligou e, pra variar, disse que não havia sugerido nada, que ele estava com viagem programada com a mulher, se desculpou e disse que teria o maior prazer em nos receber, entretando a família da esposa dele estava esperando. Nós, muito aliviados, explicamos como a coisa chegou para nós e falamos dos nossos planos de viagem também. No final das contas, a tentativa de manipulação da criatura falhou e ela pôs a culpa na nora e desenterrou toda a história da fofoca para usar como argumento. Somado a isso, proferia comentários coléricos a respeito da maternidade e de como a vida dela era uma merda.
Onde eu entro nessa história toda? Bem, se um mora há 5 horas e outro há 8 horas daqui, quem é que ouviu todas as lamentações? Claro, neh?! Tinha que ser. O filho dela saiu pra trabalhar, eu fiquei para arrumar as sacolas e me lasquei. Porém, decidida a não entrar 2010 com aquele (como é mesmo o coletivo de sapos?) todo atravessado na garganta, já ficando com dor de cabeça só disse três coisas como resposta:
1° que eu sou tão nora quanto as outras e que falando daquele jeito ela estava sugerindo que falaria de mim também numa primeira oportunidade.
2° que eu sempre a tratei com respeito, mas ela sempre que se zangava com qualquer pessoa ficava reclamando pra cima de mim como se eu tivesse culpa, e que sinceramente não era o meu problema e eu não queria ouvir.
3° que a nora não tinha feito absolutamente nada, apenas se resguardado e que no lugar dela eu teria feito o mesmo. Afinal, não é todo mundo que tem vocação pra gostar de disse me disse e fofoca, que dirá ficar vivendo de confusão.
Bom, ela fechou a cara e não disse mais nada. Lógico que meu nome virou doce e que isso vai virar margem pra muita chateação, mas eu espero que agora, quando ela tiver que ficar de reclamação, que não seja na minha frente. O único jeito que achei de me impor pra deixar de ser saco de pancada e alvo de histeria daquela mulher foi sendo indelicada, por outro lado agora posso ter a esperança de um ano melhor.

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